DECLARAÇÃO DA DIREÇÃO DA AEDAR NO DIA INTERNACIONAL DA MULHER
8 de março de 2024
A 25 de Novembro de 1911,
em Nova Iorque, deu-se um incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist Company que matou 146 trabalhadores, dos
quais a esmagadora maioria era de mulheres- 125 – marca definitiva das
condições de trabalho deploráveis com que estes se confrontavam.
Convém também lembrar
a marcha que juntou cerca de 15 mil mulheres nas ruas daquela cidade,
praticamente 2 anos antes, em que as mulheres já reivindicavam melhores
condições de trabalho. Na altura, o dia de trabalho chegava a 16 horas, seis
dias por semana e muitas vezes estendia-se ao domingo.
Na segunda
Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, realizada a 26 de Agosto de
1910, em Copenhaga, Clara Zetkin, propôs uma celebração anual da luta pelos
direitos das mulheres trabalhadoras.
No entanto, só em
1975 a ONU instituiu formalmente o dia 8 de março como Dia Internacional da Mulher,
um marco histórico da luta por melhores condições de vida e de trabalho mas
também um dia de comemoração pelos enormes avanços que as mulheres foram
conquistando ao longo de mais de 100 anos.
Quando em Portugal
estamos a celebrar os 50 anos do 25 de Abril e a liberdade que restituiu ao
povo português a fruição plena de direitos e garantias e a possibilidade de poder
escolher livremente o seu caminho, também nos aproximamos da comemoração da
referida data no âmbito da ONU.
Enquanto geração que,
em Portugal, nasceu antes do 25 de Abril temos a responsabilidade de não deixar
esquecer as datas históricas que tanto contribuíram para o fortalecimento do povo
português e muito em especial quanto ao empoderamento das mulheres. Não só o
direito de voto, anteriormente apenas possível para as mulheres “ chefes de
família”, mas a democratização das profissões até então proibidas, a luta
contra a analfabetização, o acesso à educação, o acesso e o desenvolvimento da
escolaridade obrigatória, à tecnologia e à inovação, uma maternidade livremente
assumida, entre tantas outras conquistas, mas sobretudo, a restituição de uma
dignidade pela qual sempre tiveram que se bater, heroínas do nosso quotidiano,
e que constituem um legado humano que muito engrandece a sociedade portuguesa.
Celebremos o dia 8 de
março com o espírito de luta e a alegria que presidem a um futuro em igualdade.
8 de março de 2024
A Direção da AEDAR