A AEDAR organizou um encontro regional no Porto que decorreu nos dias 12 e 13 de Maio.
Esta visita incluiu uma recepção na Câmara Municipal pelo Sr. Presidente da Câmara Municipal do Porto, Dr. Rui Moreira e pelo Presidente da Assembleia Municipal do Porto, Dr. Sebastião Feyo de Azevedo que deram as boas- vindas ao grupo da AEDAR
Nesta receção o Presidente da Câmara Municipal e o Presidente da Assembleia Municipal deram a conhecer à delegação da AEDAR as características da sede da Câmara Municipal, os projetos em vigor na cidade, os planos para o futuro da cidade, etc.
O grupo teve ainda a oportunidade de fazer uma visita guiada ao Cinema Batalha, recentemente reaberto ao público, depois de anos encerrado na sua função inicial de Centro de Cinema.
A visita guiada ao novo Museu do Bolhão , mercado centenário também recentemente remodelado.
Importa salientar que o Cinema Batalha e o Mercado do Bolhão foram distinguidos com o Prémio Nacional de Reabilitação Urbana 2023.
No Mercado do Bolhão o grupo foi recebido recebidos pela vice-presidente da GO Porto, Cátia Meirinhos, e pelo arquiteto Nuno Valentim que fizeram a visita guiada.
A visita incluiu ainda uma ida à Universidade Católica do Porto onde o grupo teve a oportunidade de assistir a uma Conferência proferida pela Dra. Isabel Tavares, Professora na Universidade Católica do Porto e pelo Dr. Sebastião Feyo de Azevedo, actualmente Presidente da Assembleia Municipal do Porto.
Paços do Concelho da Câmara Municipal do Porto
"Este edifício, construído no remate da avenida, é o último monumento e palácio de granito a construir-se em Portugal.
O projeto aprovado foi o apresentado pelo arquiteto António Correia da Silva, com a ajuda do engenheiro Monteiro de Andrade, que dirigiu as obras até 1950, com as suas várias interrupções. Altura em que a coordenação técnica passou para o arquiteto Carlos João Chambers Ramos, que ultrapassou alguns dos impasses, permitindo a conclusão da obra.
A cerimónia oficial do início de obras foi a 24 de junho de 1920 e a inauguração do edifício deu-se 37 anos depois, no mesmo dia e mês.
Constituído por cave, seis pisos, terraços de cobertura e torre sobre maciço de betão. Construção granítica, tem como sua parte mais nobre e monumental, o rés-do-chão – entrada, átrio, vestíbulo e escadaria – e o terceiro piso – Passos Perdidos, receção, sessões e gabinete da presidência.
Cinema Batalha
"O Cinema Batalha começou a ter os contornos que conhecemos na década de 40. O edifício que albergava o Novo Salão High-Life foi demolido para dar lugar ao novo Cinema, com um projeto de arquitetura de Artur Andrade.(...) Era constituído por dois auditórios (um com capacidade para 950 lugares sentados e o outro para 135), dois bares e um restaurante com esplanada.
No ano 2000, o Batalha encerrou pela primeira vez, devido em grande parte à competição com as grandes superfícies comerciais. O estado de degradação do edificado foi-se agravando, até em 2006 ser arrendado pela Comércio Vivo por um período de quatro anos. Findo este período, encerrou de novo.
Em 2012, o Cinema Batalha foi considerado Monumento de Interesse Público, classificação que veio salvaguardar a integridade do edifício. Em 2017, a Câmara Municipal do Porto assumiu a gestão do Cinema Batalha (...) e anunciou a intenção de reabilitar o edifício histórico. .. tendo o projeto de arquitetura ficado a cargo do Atelier 15, de Alexandre Alves Costa e Sérgio Fernandez.
Em 2021, o autarca Rui Moreira anunciou a devolução do equipamento icónico à cidade, nomeando Guilherme Blanc como Diretor Artístico. Em dezembro de 2022, o Batalha Centro de Cinema abriu ao público."
Construído dentro de uma lógica modernista de integração das artes plásticas na arquitetura, o edifício da autoria do arquiteto Artur Andrade contempla obras de cinco artistas.
Os mais emblemáticos, pelo seu valor simbólico na história da censura do regime do Estado Novo em Portugal, são o baixo e alto relevo na fachada, de Américo Braga, e os murais de Júlio Pomar. No Batalha podemos ainda encontrar obras de Arlindo Rocha, António Sampaio e Augusto Gomes.
Por convocarem uma iconografia associada ao movimento comunista, o martelo na mão do operário e a foice na mão da ceifeira, no baixo e alto relevo de Américo Braga (1909–1991) na fachada do edifício, foram destruídos por ordem da censura vigente no período de ditadura. A renovação do edifício de 2022 repõe o martelo, agora em aço, simbolizando a sua restituição permanente.
No foyer comum aos dois primeiros pisos, e no foyer do último piso, encontramos os murais que Júlio Pomar (1926–2018) pintou.
Estudante no Porto na altura de construção do edifício, Júlio Pomar pinta dois frescos nos quais figuram cenas das festas de São João do Porto. A execução dos murais, interrompida devido à prisão do artista por motivos políticos, é concluída após a abertura ao público do cinema, sendo as duas obras pouco tempo depois tapadas por ordem da PIDE.
Os frescos, conhecidos até 2022 apenas pelos registos fotográficos a preto e branco de Ernesto de Sousa, sobreviveram por baixo de multiplicas camadas de tinta, e foram recuperados com o atual projeto de renovação do edifício.
No foyer do átrio de acesso à Tribuna (piso 1), encontramos a escultura da deusa romana Flora, composta em dimensão humana com gesso branco pelo artista Arlindo Rocha (1921–1999).
Na escadaria de acesso à Sala-Filme, a partir do Bar, é possível ver a pintura de António Sampaio (1916–1994), com desenhos de paisagens naturais e de três cavalos na sua parte central.
No interior da Sala 1, sobre as entradas laterais, encontram-se altos relevos de Américo Braga e Augusto Gomes (1910–1976), com motivos florais e ornitológicos.!
Mercado do Bolhão
"Ocupando, por inteiro, um quarteirão do centro da Baixa Portuense, delimitado pelas ruas de Sá da Bandeira, da Formosa, de Alexandre Braga e de Fernandes Tomás, o nome "Bolhão" deve-se à existência, no terreno onde o edifício foi implementado, de um regato que, ao atravessar um lameiro entre a Rua Formosa e a Rua de Fernandes Tomás, formava uma enorme bolha de água. Nas imediações do terreno existia já uma bica, designada, precisamente, de Fonte do Bolhão.
As origens remontam a meados do século XIX, quando a Câmara do Porto decidiu construir uma praça em terrenos adquiridos à Igreja. O primeiro projeto conhecido para o mercado data de 1837 e é da autoria do arquiteto Joaquim da Costa Lima Júnior, que desenha uma praça retangular, dividida internamente em quatro quarteirões delimitados por árvores com uma escadaria a Norte, que liga à Rua de Fernandes Tomás.
Um edital municipal, datado de 18 de setembro de 1839, determina a abertura, nesse dia, do Mercado do Bolhão, por forma a concentrar no mesmo local todos os mercados existentes na cidade, à exceção dos da Ribeira e do Anjo, que se mantêm nos mesmos locais.
o atual edifício do Mercado do Bolhão, desenhado pelo arquiteto António Correia da Silva, foi em plena 1.ª Guerra Mundial, que o projeto e o orçamento do novo Mercado do Bolhão teve a sua realização.
As obra de restauro e modernização do Mercado do Bolhão ficaram concluídas em 2022 , altura em que reabriu. "
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