ILAÇÕES EXTRAÍDAS
Seminário ALTERNATIVE – Medidas Alternativas à Prisão para Toxicodependentes Decorreu em 13 de Fevereiro de 2014, na sala do refeitório dos Frades da AR e no âmbito do projecto Alternative, um Seminário sobre as Medidas Alternativas à Prisão para Toxicodependentes com o patrocínio da AEDAR – Associação dos Ex-Deputados da Assembleia da República e a CVP – Cruz Vermelha Portuguesa.
Decorreu em 13 de Fevereiro de 2014, na sala do refeitório dos Frades da AR e no âmbito do Projeto Alternative, um seminário sobre as Medidas Alternativas à Prisão para Toxicodependentes com o patrocínio da AEDAR – Associação dos Ex-Deputados da Assembleia da República e a CVP – Cruz Vermelha Portuguesa.
1 – Os participantes no Seminário tiveram oportunidade de ouvir comunicações de vários especialistas e decisores responsáveis por associações e da Administração Pública, sobre a actual problemática dos meios alternativos à prisão de toxicodependentes, bem como, aos meios de tratamento de reclusos em estabelecimentos prisionais.
2 – Em particular, foi sublinhado por
vários oradores a necessidade de que a prática dos serviços de Saúde e Justiça
corresponda e seja coerente com o actual discurso científico, e fundamentado,
contribuindo para uma iteração e cooperação entre as valências da Saúde e da
Justiça em relação a delinquentes vítimas de adição do consumo de produtos
tóxicos/drogas.
3 – Registou-se o consenso entre as
apresentações dos oradores quanto ao facto da adição às drogas constituir uma
doença primária cerebral com alterações comportamentais típicas de uma doença
crónica e recidivante, e portanto exigente de tratamento regular e prolongado,
sempre sujeito a recaídas.
4 – Concretamente foram divulgadas
estatísticas e de dados de carácter cientifico, que demonstram a eficácia do
tratamento, seja por adesão voluntária, ou por imposição judicial sobre a sua
ausência, que evidenciam que serão tanto mais eficaz quanto mais precoce for o
diagnóstico e regular o acompanhamento qualificado, dentro ou fora dos
estabelecimentos prisionais.
5 – Foram referidos dados que
demonstram a fraca adesão ao tratamento por parte da população detida dele
carente, e nesse particular distinguiu-se a necessidade de melhoria de acesso e
de mais acompanhamento dos aditivos, e de voluntariado da sociedade civil tendo
sido divulgada a colaboração dos programas de voluntariado da Cruz Vermelha
Portuguesa.
6 – Verificou-se larga sintonia de várias
vozes concordantes quanto à necessidade de aprofundamento da reflexão, diálogo
e cooperação entre os instrumentos da Justiça , da Saúde e da Segurança Social ,
em especial na coordenação dos aspectos técnicos, a condensar num manual de boas
práticas, visando contribuir para a avaliação e acompanhamento, da recuperação
bio-psico-social do dependente de drogas.
7 – Quanto ao exercício de poder
judicial de aplicação de penas de privação da liberdade, anotaram-se as
dificuldades físicas de dimensão e qualidade da salubridade de alguns
estabelecimentos prisionais, face à sua sobrelotação e à capacidade dos seus profissionais,
e evidenciaram-se preocupações humanistas orientadas para a criação de
condições favoráveis à reinserção social dos reclusos na vida activa.
8 – Os regimes abertos e virados ao
exterior, as unidades livres de droga, as saídas precárias e a liberdade condicional
foram expostos como possibilidades a aprofundar em situação de execução de
penas, visando uma ressocialização bem conseguida, ponderada caso a caso, e de
recuperação em igualdade de oportunidades do direito à dignidade humana em
convivialidade social plena.
Texto de Luís Nandim de Carvalho
13 de Fevereiro de 2014
Moderador do 2º Painel